segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Formação do Conhecimento Coletivo: O Papel do Professor em Tempos de Web Arte e Copyleft por Luís Rogério da Silva

Neste artigo de Silva, http://www.pucsp.br/tead/n1a/artigos%20pdf/artigo3.pdf, ele aborda questões relativas à incorporação de recursos virtuais como um componente de cursos presenciais bem como os problemas decorrentes do uso desta estratégia. Após uma breve apresentação dos recursos para a educação a distância, o autor mostra as vantagens do uso dessa modalidade de educação.

A sociedade da era da informação é vítima da “síndrome da fragmentação” e busca, sem sucesso, uma solução como aquela obtida pelos enciclopedistas da era moderna; surge, assim, uma antítese inquietante para o espírito do homem de nossa era: a especialização e o aprofundamento num ponto dentro da área do conhecimento é fundamental para que se possa continuar almejando obter respostas de necessidades cada vez mais complexas, porém, em contrapartida, nunca se produziu tanto conhecimento e, comparativamente, se conheceu tão pouco frente a sua totalidade.
A ampliação do acesso à educação formal e aos meios de comunicação foi o estopim dessa explosão produtiva, e o computador, como poderoso auxiliar da modelagem matemática e da robótica como extensão segura do homem para a manipulação seriada de alta performance catalisaram a reação iniciada nos bancos escolares e sugerirem mudanças nos procedimentos educacionais.

É fácil acreditar que, até 1990, a maior parte do conhecimento formalizado ainda não se encontrava sob o formato digital; nesse período, qualquer material didático que não estivesse impresso em forma de livro ou de revista, sob as vistas de um conselho editorial respeitável, era considerado descartável. A confiabilidade adquirida pela adoção de procedimentos informatizados para a documentação de operações administrativas
acabou por atingir outros setores refratários ao uso da tecnologia digital por considerá-la supérflua e instável, entre eles a educação.

Na curiosa economia da informação, “a informação é cara para ser produzida, mas barata para ser reproduzida” (Shapiro e Varian 1999). Esse fato impõe ao professor o ônus de uma produção autoral que, à medida que aumenta a acessibilidade e a interatividade do sistema, fica mais difícil de ser protegida. Em contrapartida, tira da escola e da educação formal o privilégio de ser o pólo disseminador do conhecimento: competências podem ser forjadas da interação on-line de pessoas que compartilham um projeto comum, do qual resulta um contraste com a maneira de como se organiza a escola, a internet gerencia a informação de forma descentralizada.

A natureza da internet fornece meios para que se fortaleça a cultura do código aberto (open source), do copyleft (abdicação dos direitos autorais), do software livre (livre da cobrança de licença de uso) e da arte hipermediática de autoria pública inserida na Web arte.

Quando se pergunta qual será o papel do professor nesse novo estágio da educação, deixase
para segundo plano a questão principal, a saber: qual será o novo papel da escola? Convém repensar não apenas em como modelar o ambiente telemático à fôrma da escola, mas também no quanto a escola deverá se modificar para compartilhar do ciberespaço. Ainda mais, refletir se essa nova estrutura administrativa dispõe de meios para se tornar economicamente viável.

As transformações a que as escolas parecem estar sujeitas implicam também a mudança do
status da atividade do professor: a preparação da sua aula terá de ser um material didático multimídia, o acompanhamento dos alunos fora do expediente de aula transforma-se num informal bate-papo num chat ou num fórum.

Se novas competências são exigidas do professor para que possa fazer uso conveniente dos instrumentos que a tecnologia tem oferecido para a educação, no que se inclui um acompanhamento contínuo do desenvolvimento dos recursos do ciberespaço, cabe à escola buscar da mesma fonte os meios para discernir o seu papel vindouro enquanto pólo de referência de formação, organização e disseminação do conhecimento, não com a disposição somente de usufruir as novas tecnologias, mas, também, de se remodelar administrativa e pedagogicamente, quando necessário for; e a cada etapa conseguir, ainda, respirar revigorada para enfrentar os novos desafios que lhe serão apresentados sempre.

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