terça-feira, 11 de agosto de 2009

“Como utilizar a Internet na educação”, por José Manuel Moran

O presente artigo disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-19651997000200006, pretende analisar a utilização da internet no ensino presencial e como aperfeiçoá-la. Onde o professor José Manuel Moran traz algumas dicas importantes de como gerenciar as atividades em sala de aula, complementando-as com o uso das mídias digitais, especialmente a Internet.

A Internet está se tornando à mídia mais promissora, a mais aberta, descentralizada. Cada um pode dizer nela o que quer conversar com quem desejar, oferecer os serviços que considerar conveniente, aumentando o número de pessoas ou grupos que criam na Internet suas próprias revistas, emissoras de rádio ou de televisão, sem pedir licença ao Estado ou ter vínculo com setores econômicos tradicionais.

A Internet também está explodindo na educação. Universidades e escolas se abrem, as pessoas se intercomunicam, trocam informações, dados, pesquisas, correm para tornarem-se visíveis, para não ficar para traz.

A educação presencial ganha dimensões diferenciadas a partir do momento em que o professor começa a utilizar várias mídias, possibilitando assim, melhorar o aprendizado por conta de alguns fatores específicos, como por exemplo, a utilização de textos, imagens, sons do tema específico do programa, simultaneamente ao uso de livros, revistas e livros. Além disso, outros fatores são importantes para o aumento da produtividade nesse “sistema”. A motivação do aluno, a flexibilização nos horários de trabalho, a possibilidade de divulgar o seu trabalho e acessar o de outras pessoas, além do intercâmbio de informações, estimula os alunos a participar mais em todas as atividades do curso dando uma certa autonomia e uma infinidade de possibilidades.

O autor traz informações quanto aos projetos desenvolvidos em algumas instituições que utilizam recursos de redes eletrônicas no ensino presencial. Relatando as próprias experiências bem sucedidas em relação ao tema, trazendo dicas importantes para aperfeiçoar as atividades em sala de aula, utilizando as mídias digitais.

Ensinar utilizando a Internet exige uma forte dose de atenção do professor. Os alunos tendem a dispersar-se diante de tantas conexões possíveis, tendem a acumular muitos textos, colocam os dados em seqüência mais do que em confronto. É mais atraente navegar, descobrir coisas novas do que analisá-las, compará-las, separando o que é essencial do acidental. Por isso o autor faz um alerta importante para os educadores “é preciso acompanhar cada aluno, suas produções, incentivá-lo, auxiliar nas suas dúvidas, dar dicas, anotar descobertas etc”. O professor precisa estar atento, porque a tendência na Internet é para a dispersão fácil.
A pesquisa na Internet requer uma habilidade especial devido à rapidez com que são modificadas as informações nas páginas e à diversidade de pessoas e pontos de vista envolvidos.

A navegação precisa de bom senso, gosto estético e intuição. Para o autor, bom senso significa não se deter diante de tantas possibilidades, selecionando as informações mais importantes; já o gosto estético auxilia no reconhecimento de páginas com maior qualidade e com a integração de imagem e texto; e a intuição indica os links que devem conter o conteúdo procurado. De acordo com o autor, o sucesso desse “processo” está na integração da Internet com as outras tecnologias, vídeo, televisão, jornal, computador. Integrar o mais avançado com as técnicas já conhecidas, dentro de uma visão pedagógica nova, criativa, aberta.
O autor faz uma comparação de como era as suas aulas antes da Internet e como está atualmente e afirma que aumentou significativamente a motivação, o interesse e a comunicação com os alunos e a deles entre si.

O aluno aumenta as conexões lingüísticas, as geográficas e as interpessoais, as lingüísticas porque interage da melhor maneira possível com imagens, formas coloquiais, além de textos populares na conexão lingüística. Já na geográfica, ele está sujeito a um deslocamento contínuo em diferentes espaços, culturas e tempos. Nas interpessoais prevalece à comunicação com pessoas próximas e distantes, da sua idade e de outras idades, on-line e off line.
Na Internet, também se desenvolve formas novas de comunicação, principalmente escrita. O individuo passa a escrever de forma mais aberta, hipertextual, conectada, multilingüística, aproximando texto e imagem. A possibilidade de divulgar páginas pessoais gera uma grande motivação, visibilidade, responsabilidade para professores e alunos. Todos se esforçam por escrever bem, por comunicar melhor as suas idéias, para serem bem aceitos, para "não fazer feio”.

O interesse pelo estudo de línguas aumenta. A aprendizagem de línguas, principalmente do inglês, é um dos motivos principais para o sucesso dos projetos. Os alunos enviam e recebem mensagens, o que exige uma boa fluência em língua estrangeira.
Outro resultado comum à maior parte dos projetos na Internet confirma a riqueza de interações que surgem, os contatos virtuais, as amizades, as trocas constantes com outros colegas, tanto por parte de professores como dos alunos.

São criados todos os dias mais de 140 mil novas páginas de informações e serviços na rede. Esse excesso de informação, em alguns casos, o conhecimento acaba sendo confundido. Conseqüentemente há um risco maior de dispersão ou mesmo a perda de tempo durante a conexão.Mesmo a internet sendo uma fonte inesgotável de informações e conseqüentemente trazendo assim uma nova forma de ensino, sempre haverá criticas e elogios a respeito disso, no entanto Roman deixa uma mensagem onde ele afirma que “o poder de interação está nas nossas mentes e não fundamentalmente nas tecnologias”. Para ele “ensinar com a Internet representará uma revolução educacional se mudarmos os paradigmas do ensino”. Caso contrário, as tecnologias só servirão como “jogada de marketing ou um paliativo” como pretexto para adquirir status e vantagens no mercado, finaliza o especialista.

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